ROMA (Reuters) - A polícia italiana anunciou nesta quarta-feira a prisão do presidente do clube de futebol Parma, que vive situação caótica, e outras 21 pessoas sob as acusações de apropriação ilegal de recursos e lavagem de dinheiro.
Giampiero Manenti é acusado de investir recursos ilícitos, como parte de uma investigação que levou a dezenas de incursões policiais por todo país. O Parma participará na quinta-feira de uma audiência sobre sua falência.
Representantes do clube não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto após a prisão do dirigente.
Uma fonte da polícia informou que o departamento de contas públicas do Tesouro da Itália foi um dos alvos da operação. O Tesouro também não fez comentários de imediato.
O procurador Michele Prestipino Giarrita disse que o caso está relacionado com um grupo suspeito de fraudar informações e lavar dinheiro, que tinha retirado milhões de euros de um banco suíço usando cartões de crédito clonados.
A suspeita é que o grupo "pôs à disposição de Manenti uma soma de cerca de 4,5 milhões de euros (4,8 milhões de dólares) através de um sistema que poderia ser definido como banal, mas foi certamente simples", afirmou Prestipino, em entrevista coletiva em Roma.
Uma nova lei aprovada no ano passado, que definiu como crime investir ganhos ilícitos em outros negócios – esquema conhecido como "autoriciclaggio" -, foi usada pela primeira vez neste caso, disse Prestipino.
Os jogadores do Parma não receberam durante toda a temporada, precisam lavar a própria roupa e dirigir o ônibus da equipe. Manenti não cumpriu a promessa de pagá-los até meados de fevereiro.
"Isso está se transformando em uma farsa", disse o capitão do clube, Alessandro Lucarelli, segundo informou nesta quarta-feira o jornal La Gazzetta dello Sport. "Quero entender as razões legais (por trás das prisões), e se o Parma está envolvido ou não."