Por Denis Pinchuk e Natalia Shurmina
MOSCOU/YEKATERINBURG (Reuters) - A polícia deteve dezenas de manifestantes em toda a Rússia no domingo, incluindo o líder da oposição, Alexei Navalny, depois que milhares saíram às ruas para protestar contra a corrupção e exigir a demissão do primeiro-ministro, Dmitry Medvedev.
Os protestos, considerados os maiores desde uma onda de manifestações anti-Kremlin em 2011/2012, acontecem um ano antes da eleição presidencial que deve ter Vladimir Putin disputando um quarto mandato.
Pesquisas de opinião sugerem que a oposição liberal, que Navalny representa, tem poucas chances de ter um candidato capaz de destituir Putin, que goza de alta popularidade. Mas Navalny e seus partidários esperam canalizar o descontentamento público com a corrupção estatal para atrair mais apoio.
Um repórter da Reuters viu a polícia prender Navalny, que espera concorrer contra Putin, enquanto caminhava pela rua Tverskaya, no centro de Moscou, ao lado de partidários, como parte de uma manifestação não autorizado.
A polícia colocou Navalny em um caminhão ao redor do qual centenas de manifestantes se aglomeraram, tentando abrir suas portas.
"Estou feliz que tantas pessoas saíram (às ruas) do leste (do país) para Moscou", disse Navalny, momentos antes de ser detido. Outros repórteres da Reuters no comício de Moscou viram pelo menos outras 100 detenções, enquanto um helicóptero da polícia sobrevoava o local.
O Kremlin disse na sexta-feira que as manifestações programas para o centro de Moscou, que as autoridades da cidade haviam rejeitado, eram uma provocação ilegal.