CRACÓVIA, Polônia (Reuters) - O cineasta Roman Polanski disse nesta sexta-feira que está agradecido e aliviado depois que um tribunal polonês rejeitou um pedido dos Estados Unidos para extraditá-lo devido a uma condenação por abuso infantil de 1977.
O caso de Polanski, de origem polonesa e com 82 anos, continua a ser uma causa célebre internacional quase quatro décadas após o crime. Alguns exigem uma punição severa e outros pedem que os esforços de extradição sejam arquivados.
Um juiz de um tribunal da Cracóvia decidiu contra a extradição, dizendo que a Justiça norte-americana tinha violado os direitos de Polanski no passado e que ele estaria sujeito a infrações se fosse entregue agora.
"A extradição é inadmissível", disse o juiz Dariusz Mazur.
"O caso acabou, pelo menos na Polônia, eu espero. Eu posso suspirar com alívio. É difícil descrever quanto tempo, energia e esforço isso custa, quanto sofrimento que trouxe para a minha família", disse Polanski em entrevista coletiva em Cracóvia.
"É simples. Eu me declarei culpado, eu fui para a prisão. Eu cumpri o meu castigo. Acabou", disse ele.
Polanski se declarou culpado em 1977 de ter feito sexo com uma menina de 13 anos durante uma sessão de fotos em Los Angeles. Ele ficou 42 dias na prisão após um acordo, mas depois fugiu dos Estados Unidos temendo uma longa pena de prisão se o acordo fosse rejeitado.
Em 2009, ele foi preso em Zurique, na Suíça, em cumprimento a um mandado dos EUA e colocado sob prisão domiciliar. Ele foi libertado em 2010 depois que as autoridades suíças decidiram não extraditá-lo.
Os EUA solicitaram à Polônia a extradição de Polanski quando ele fez uma importante aparição em Varsóvia, em 2014.
A promotoria de Los Angeles argumenta que Polanski continua sendo um fugitivo e está sujeito à prisão imediata nos Estados Unidos, porque ele fugiu do país antes da sentença.
(Por Wojciech Zurawski, com reportagem adicional de Jill Serjeant)