Por Ed Cropley e Olivia Kumwenda-Mtambo
JOHANESBURGO (Reuters) - Policiais sul-africanos fortemente armados realizaram uma operação na casa de luxo da família Gupta nesta quarta-feira, como parte de uma investigação sobre alegações de que os três irmãos tinham ligações corruptas com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que recebeu a ordem do partido governista ANC para renunciar ao cargo.
A operação marca uma escalada dramática na pressão exercida sobre Zuma e seu grupo político acusado de utilizar recursos estatais para fins particulares. Entretanto, continua incerto se o presidente de 75 anos irá renunciar.
A operação da manhã desta quarta-feira, que a unidade de elite da polícia sul-africana disse ter resultado em três prisões, acontece em meio a relatos de que Zuma estaria se preparando para anunciar à população que está renunciando após nove anos no poder, marcados por escândalos e estagnação econômica.
A emissora estatal da África do Sul, SABC, disse que um membro da família Gupta está entre os detidos. Uma fonte judicial afirmou que a polícia espera prender até sete pessoas mais e que membros da família Gupta estariam entre elas.
Logo após o amanhecer desta quarta-feira, uma dezena de policiais bloqueou uma rua que leva à mansão dos Gupta no luxuoso bairro de Saxonwold, em Johanesburgo. Um policial bloqueou o acesso da Reuters dizendo: "Essa é uma cena de crime".
Minutos depois, uma van da polícia não identificada deixou o complexo enquanto moradores aplaudiam policiais e gritavam insultos contra os guardas de segurança dos Guptas, que foram acusados pelo principal órgão de combate à corrupção da África do Sul de tráfico de influência e de interferir na indicação de ministros do governo.
(Reportagem de Elizabeth Piper e Andrew MacAskill)