Por Agustinus Beo da Costa
JACARTA (Reuters) - A polícia da Indonésia disparou gás lacrimogêneo para interromper um protesto perto do Parlamento, nesta segunda-feira, em que milhares de manifestantes se reuniram para repudiar uma nova lei, que críticos dizem minar a agência anticorrupção, e um código criminal que proibiria o sexo fora do casamento.
Em uma reunião final realizada nesta segunda-feira, o Parlamento concordou oficialmente em adiar uma votação sobre o projeto de lei do código criminal para a próxima legislatura, que toma posse na terça-feira.
Parlamentares se apressaram para encerrar o debate a respeito de vários projetos de lei nos últimos dias de trabalho, o que incluiu aprovar uma lei para governar a agência anticorrupção, conhecida como KPK, que críticos dizem prejudicar a capacidade do órgão de combater irregularidades.
A aprovação desencadeou uma série de passeatas de estudantes em todo o país, algumas das maiores desde que protestos estudantis provocaram tumultos que levaram à queda do antigo líder opressor Suharto em 1998.
A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os estudantes, ativistas e líderes sindicais que tentavam chegar ao Parlamento, em Jacartam nesta segunda-feira, e interditaram parte de uma rua.
Em outro local, a polícia também disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes que depois correram para uma linha de trens interurbanos para escapar do gás, forçando o fechamento da estação, de acordo com um vídeo publicado no portal de notícias Detik.com.
A polícia disse ter recorrido à medida porque os manifestantes se recusaram a partir e atiraram pedras, garrafas e fogos de artifício contra os policiais, segundo a agência estatal de notícias Antara.