Por James Pomfret e Jessie Pang
HONG KONG (Reuters) - A polícia de Hong Kong acusou nesta segunda-feira oito ativistas residentes no exterior de graves violações contra a segurança nacional, incluindo conluio estrangeiro e incitação à secessão, e ofereceu recompensas por informações que levem a qualquer prisão.
Os acusados são os ativistas Nathan Law, Anna Kwok e Finn Lau, os ex-parlamentares Dennis Kwok e Ted Hui, o advogado e jurista Kevin Yam, o sindicalista Mung Siu-tat e o comentarista online Yuan Gong-yi, disse a polícia em entrevista coletiva.
"Eles encorajaram sanções... para destruir Hong Kong e intimidar autoridades", disse Steve Li, do Departamento de Segurança Nacional da Polícia, a repórteres.
Emitindo alertas de procura e recompensas de 1 milhão de dólares de Hong Kong (cerca de 127,7 mil dólares) cada, a polícia disse que os bens do acusado seriam congelados sempre que possível e alertou o público a não apoiá-los financeiramente.
Os alertas acusam os ativistas de pedir às potências estrangeiras a imposição sanções a Hong Kong e à China.
Os ativistas residem em vários países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Austrália. Yam é um cidadão australiano. Eles são procurados por uma lei de segurança nacional que Pequim impôs à ex-colônia britânica em 2020, depois que o centro financeiro internacional foi abalado por longos protestos anti-China no ano anterior.
Os Estados Unidos condenaram nesta segunda a medida por meio de um porta-voz do Departamento de Estado, que disse que ela estabelece "um precedente perigoso que ameaça os direitos humanos e as liberdades fundamentais de pessoas em todo o mundo".
O secretário de Relações Exteriores britânico, James Cleverly, criticou a decisão de emitir os mandados de prisão e disse que seu governo "não tolerará nenhuma tentativa da China de intimidar e silenciar indivíduos no Reino Unido e no exterior".
(Reportagem de James Pomfret e Jessie Pang; reportagem adicional de Kirsty Needham em Sydney)