Por Gustavo Palencia
TEGUCIGALPA (Reuters) - A polícia hondurenha deteve o ex-presidente Juan Orlando Hernández na terça-feira, escoltando-o de sua casa algemado, após um pedido de extradição dos Estados Unidos por acusações de tráfico de drogas, apenas algumas semanas depois que Hernández deixou o poder.
Em imagens exibidas ao vivo na TV nacional, policiais deram a Hernández um colete à prova de balas e colocaram uma corrente entre seus pulsos e tornozelos antes de levá-lo a uma base próxima das forças especiais da polícia em Tegucigalpa, a capital do país.
A detenção do ex-líder de direita ocorreu depois que um juiz hondurenho ordenou sua prisão, na terça-feira, após o pedido de extradição dos EUA por tráfico de drogas e acusações envolvendo armas.
Um documento da embaixada dos EUA visto pela Reuters na terça-feira mostrou que as autoridades norte-americanas acusaram Hernández de participar de um esquema de tráfico de drogas entre 2004 e 2022.
De acordo com o documento, Hernández fazia parte de uma operação para receber toneladas de cocaína da Colômbia e da Venezuela, que deveriam ser enviadas para os Estados Unidos.
Hernández recebeu milhões de dólares em propinas em troca de proteger os traficantes de investigações e processos, segundo o documento. As acusações de armas de fogo incluem porte, uso ou auxílio e cumplicidade no uso de armas, incluindo metralhadoras.
Hernández, de 53 anos, que foi substituído como presidente no mês passado pela esquerdista Xiomara Castro, prometeu cooperar com a polícia nacional. Ele nega qualquer irregularidade.