Por George Obulutsa
NAIRÓBI (Reuters) - A polícia do Quênia usou gás lacrimogêneo e disparou tiros para o alto, nesta segunda-feira, para reprimir centenas de manifestantes que marchavam pela capital Nairóbi para protestar contra propostas de mudanças legais que tornariam mais difícil para a Suprema Corte anular uma eleição.
Imagens da Reuters TV mostraram uma SUV atropelando manifestantes e ferindo três deles gravemente, mas não ficou claro de imediato quem foi responsável, e a polícia tampouco comentou o incidente de imediato.
O Quênia deve repetir a eleição presidencial no dia 26 de outubro, depois que a Suprema Corte anulou a votação de 8 de agosto devido a irregularidades processuais. O presidente Uhuru Kenyatta, que a venceu, enfrentará o líder opositor Raila Odinga.
A incerteza sobre a próxima eleição semeou o caos na nação do leste africano, um polo comercial regional e aliado firme do Ocidente.
Enquanto os manifestantes marchavam rumo ao conselho eleitoral de Nairóbi, um jornalista da Reuters viu homens à paisana próximos de forças de segurança atirando para o alto. A guarda montada montou bloqueios para evitar que os manifestantes tivessem acesso a algumas ruas.
A polícia também usou gás lacrimogêneo em Kisumu, cidade do oeste e bastião de Odinga, para dispersar manifestantes, mas outra passeata na cidade litorânea de Mombaça transcorreu pacificamente.
A aliança opositora de Odinga está ameaçando boicotar a votação do final do mês a menos que o conselho eleitoral troque alguns funcionários – uma postura que ele não quis esclarecer nesta segunda-feira em comentários que deram a entender que ele está mantendo suas opções em aberto por ora.
(Reportagem adicional de Katharine Houreld, John Ndiso, Humphrey Malalo e Baz Ratner, em Nairóbi; e Joseph Akwiri, em Mombaça)