PARIS (Reuters) - A polícia francesa prendeu 16 pessoas durante a noite por violência urbana, disse o Ministério do Interior nesta quarta-feira, indicando uma nova diminuição na escala dos distúrbios que varreram os subúrbios franceses pobres após a morte de um jovem pela polícia semana passada.
A morte em 27 de junho de Nahel M., um adolescente de ascendência norte-africana, depois que ele foi baleado por um policial no subúrbio parisiense de Nanterre, causou uma explosão de raiva que levou a noites de tumultos em todo o país e uma forte repressão policial.
No auge da agitação, na noite de sexta para sábado, a polícia prendeu mais de 1.300 pessoas. A situação começou a se acalmar no domingo, e na noite de segunda para terça a polícia prendeu 81 pessoas, segundo o ministério.
Os distúrbios expuseram a profunda polarização da sociedade francesa em questões como a integração, ou falta dela, de minorias étnicas e religiosas, e sobre como os valores da república devem ser entendidos na França contemporânea.
O governo e a direita política criticaram os manifestantes e expressaram forte apoio à polícia, com poucos sinais surgindo de qualquer disposição de se envolver com as denúncias de que a polícia discrimina minorias e pode ser violenta.
Em contraste, partidos de esquerda e muitos cidadãos destacaram o racismo e a marginalização vivenciados por gerações de jovens franceses descendentes de imigrantes nos subúrbios pobres e a questão da violência policial e impunidade.
O policial que atirou em Nahel está sob custódia e responderá por homicídio voluntário.
(Reportagem de Blandine Henault e Jean-Stephane Brosse)