PARIS (Reuters) - A polícia francesa retirou imigrantes do maior acampamento improvisado de Paris, nesta terça-feira, num momento em que governo enfrenta pressão para mostrar que está adotando uma postura dura em relação à imigração ilegal.
A polícia removeu os imigrantes do acampamento em Porte d'Aubervilliers, no norte de Paris, que abrigava mais de 1.000 pessoas que viviam em péssimas condições ao lado do movimentado e barulhento anel viário Périphérique.
Os imigrantes retirados foram levados de ônibus para novas acomodações. A polícia não enfrentou resistência durante a operação.
Os imigrantes pareciam ser principalmente do norte da África, do Oriente Médio e da Ásia, muitos deles fugindo de países afetados por guerras e pobreza.
Desde o fechamento de um enorme campo de imigrantes em Calais, em 2016, muitos refugiados se mudaram para Paris. As autoridades têm desmantelado repetidamente acampamentos ilegais apenas para vê-los aparecer novamente em diferentes áreas alguns meses depois.
O local de Aubervilliers surgiu apenas dois meses depois que a polícia realizou uma operação semelhante em dois enormes campos de barracas de imigrantes em locais próximos no norte de Paris.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, esteve presente durante a movimentação das autoridades nas primeiras horas da terça-feira para desmontar o campo de Aubervilliers. Lixo, detritos e itens descartados, como bicicletas, podiam ser vistos ao lado das barracas desmanteladas.
Em novembro passado, o primeiro-ministro Edouard Philippe disse que o governo francês intensificaria os planos de reprimir a imigração ilegal, esvaziando os campos de barracas de imigrantes, impondo cotas para trabalhadores imigrantes e negando aos recém-chegados que pedem asilo acesso a cuidados de saúde não urgentes.
Pesquisas de opinião mostram que a imigração ilegal continua sendo uma grande preocupação para muitos eleitores franceses, elevando apoio à líder de extrema-direita Marine Le Pen, que provavelmente será a principal oponente do presidente Emmanuel Macron nas próximas eleições em 2022.
(Reportagem de Sudip Kar-Gupta, Manuel Ausloos e Gonzalo Fuentes)