TÚNIS (Reuters) - Confrontos entre manifestantes e a polícia da Tunísia aconteceram na cidade de Jelma, na terceira noite consecutiva de protestos contra a pobreza e a falta de oportunidades.
Testemunhas disseram que a polícia disparou bombas de gás para dispersar os presentes.
Os protestos começaram no sábado, um dia depois que Abdelwaheb Hablani, de 25 anos, ateou fogo ao próprio corpo e morreu em um hospital em protesto contra a pobreza e as condições de vida no país, ato que ecoou a autoimolação de Mohammed Bouazizi, cuja morte levou à chamada Primavera Árabe.
Hablani prestava serviços como trabalhador casual em Jelma, próxima à cidade natal de Bouazizi, Sidi Bouzid, no empobrecido interior da Tunísia. Ele foi enterrado no último sábado.
Testemunhas disseram à Reuters que as forças de segurança usaram bombas de gás lacrimogêneo e perseguiram jovens que protestavam nas ruas de Jelma. Manifestantes bloquearam vias e fizeram barricadas queimando pneus.
Os protestos gigantescos que seguiram o enterro de Bouazizi em dezembro de 2010 derrubaram o veterano autocrata Zine El Abidine Ben Ali, que morreu no exílio na Arábia Saudita em setembro, introduzindo a democracia no país norte-africano.
(Reportagem de Tarek Amara)