Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A polícia do Rio de Janeiro usou nesta quinta-feira bombas de efeito moral e jatos d'água em uma ação de reintegração de posse em um terreno pertencente à Petrobras (SA:PETR4) em Itaguaí, cidade da região metropolitana da capital fluminense.
Os policiais usaram a força para desocupar o terreno após os sem-teto que lá estavam resistirem à desocupação com barricadas e apoio de manifestantes na porta do acampamento que montaram no local.
Homens do batalhão de choque entraram no terreno pela manhã causando correria. Pais foram vistos carregando crianças no colo para escapar do tumulto. Os ocupantes atearam fogo nos barracos improvisados montados no local.
O terreno estava ocupado desde maio e mais de 400 famílias estariam vivendo no local.
A ocupação foi batizada de "Acampamento de Refugiados Primeiro de Maio". No passado, a intenção da Petrobras era usar o terreno para a instalação de um parque petroquímico e da Zona de Processamento e Exportação de Itaguaí. Mas o terreno estava sem atividades antes da invasão, segundo manifestantes.
Ainda não há informações sobre feridos.
Em nota, a Petrobras afirmou que a desocupação foi "pacífica", embora a polícia tenha usado a força para desocupar o terreno. A estatal disse ainda que prestou apoio às famílias que ocupavam o terreno.
"A Petrobras forneceu kits com álcool em gel e máscara, ofereceu transporte até três rodoviárias próximas ao município de Itaguaí, além de serviço de armazenamento e guarda de bens em depósito contratado pela própria companhia", disse a empresa em nota.
"Também foram providenciados alimentação, colchonetes e cobertores para atender às pessoas que ficarão temporariamente em abrigos disponibilizados pela prefeitura."