Por Rachel Nostrant
(Reuters) - Seis ex-membros das forças de segurança do Estado norte-americano do Mississippi declararam-se culpados nesta segunda-feira por atacar brutalmente dois homens negros em janeiro, inclusive com um tiro na boca de um deles, mostraram documentos judiciais.
Os seis policiais, que segundo os documentos chamavam a si mesmos como "Esquadrão dos Valentões" devido à preferência por abordagens com uso excessivo da força, fizeram suas declarações na corte do condado de Rankin. As acusações incluem agressão qualificada, roubo, invasão a domicílio e obstrução de Justiça.
Cinco dos réus eram subxerifes do condado e outro era um policial da cidade de Richland. No dia 3 de agosto, eles declararam-se culpados de acusações federais, incluindo conspiração contra os direitos civis pelo mesmo incidente. Cada um deles pode ser condenado a décadas em prisões federais e pesadas multas.
De acordo com documentos judiciais e procuradores federais, os réus Brett McAlpin, Christian Dedmon, Hunter Elward, Joshua Hartfield, Jeffrey Middleton e Daniel Opdyke invadiram uma casa no dia 24 de janeiro em Braxton, sem um mandado judicial.
Por quase duas horas, eles agrediram Michael Corey Jenkins e Eddie Terrell Parker física e sexualmente, enquanto gritavam palavras racistas contra os homens, que foram algemados.
Dedmon então colocou uma pistola na boca de Jenkins em uma "execução simulada" que deu errado quando ele puxou o gatilho. A mandíbula da vítima ficou destruída, e a bala dilacerou sua língua.
"Hoje, um recado foi dado: abuso de poder não será tolerado no Mississippi", disse a promotora-geral Lynn Finch em comunicado. (Reportagem de Rachel Nostrant em Nova York)