Por Andrew Osborn
MOSCOU (Reuters) - Uma política de oposição em greve de fome e aliada próxima de Alexei Navalny, crítico do Kremlin atualmente preso, alertou as autoridades da Rússia a permitirem uma eleição livre e justa em Moscou neste ano se não quiserem enfrentar protestos de rua semanais e um descontentamento crescente.
Lyubov Sobol, de 31 anos, é uma dos 16 candidatos de inclinação opositora que foram impedidos de concorrer na eleição à legislatura moscovita, vista como uma prévia de uma eleição parlamentar nacional marcada para 2021.
As autoridades dizem que não estão permitindo que Lyubov e seus colegas participem porque não conseguiram coletar assinaturas de apoio genuínas suficientes, um requisito para se registrarem.
Lyubov e os outros dizem se tratar de uma mentira, e insistem em receber permissão para integrar uma disputa que acreditam que podem vencer em um momento no qual o índice de aprovação do partido governista Rússia Unida é o pior desde 2011 e o do próprio presidente Vladimir Putin diminuiu devido à insatisfação com a queda no padrão de vida.
Pesquisas anteriores mostraram o apoio a Navalny, advogado e ativista anticorrupção, somente na casa do dígito único em toda a nação -- mas apoiadores observam que ele recebeu quase um terço dos votos em uma eleição municipal de Moscou em 2013 e dizem que aliados como Lyubov contam com apoio generalizado na capital russa.
Lyubov disse que o Kremlin está enfrentando uma crise política.
"Ela não será resolvida até eles entenderem que as pessoas estão exigindo uma representação política que leve em conta sua própria opinião, que estas pessoas não vão embora e que o país e Moscou mudaram. Não é mais possível ignorar as pessoas", disse ela à Reuters.