MOSCOU (Reuters) - A polícia de Moscou usou de força para interromper um protesto contra um programa de reassentamento polêmico que era realizado em frente ao Parlamento da Rússia e deteve cerca de uma dúzia de pessoas nesta quarta-feira, disse um grupo de monitoramento independente.
As autoridades da capital da Rússia pretendem transferir mais de um milhão de cidadãos de edifícios de apartamentos decrépitos dos tempos soviéticos, que pretendem derrubar, para arranha-céus modernos, mas os temores a respeito de como as pessoas serão reassentadas estão preocupando os eleitores, que votam em uma eleição presidencial em 2018.
Nesta quarta-feira, dezenas de moscovitas protestaram contra o plano diante da Duma, a câmara baixa do Parlamento, enquanto os parlamentares aprovavam a legislação em sua terceira e última leitura por 399 votos a 2, com uma abstenção.
Os manifestantes brandiam cópias da Constituição russa, um reflexo de suas preocupações de que seu direito de possuir e usufruir de propriedade privada esteja ameaçado.
Os parlamentares fizeram várias emendas à legislação que, dizem, abordam tais temores e objetivam proteger melhor os direitos das pessoas.
Testemunhas da Reuters viram policiais retirando várias pessoas à força, entre elas Sergei Mitrokhin, líder do partido de oposição Yabloko. O grupo de monitoramento OVD-Info, uma organização sem fins lucrativos, disse que 15 pessoas foram detidas.
As autoridades consideram ilegais os protestos realizados sem sua aprovação prévia para o local e o momento e muitas vezes recusam tais pedidos, citando desde a segurança pública até interrupções inaceitáveis.
(Por Dmitry Madorsky e Sergei Karpukhin)