Por Andrew Callus e Arshad Mohammed
PARIS (Reuters) - A polícia da França prendeu uma dúzia de pessoas suspeitas de ajudar militantes islâmicos armados nas mortes da semana passada em Paris, informou a procuradoria da cidade nesta sexta-feira, enquanto o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, visitou o país para fazer reuniões e prestar homenagens.
As detenções ocorreram após a polícia belga matar dois homens que atiraram contra policiais durante uma das várias diligências conduzidas contra um grupo islamista na quinta-feira na Bélgica, e a polícia alemã disse ter detido duas pessoas em seguida a um operação em 11 propriedades ligadas a radicais salafistas.
Concentradas nos subúrbios do centro e sul de Paris, incluindo a área de Montrouge, onde uma jovem policial foi morta vítima de um ataque, as prisões foram feitas por suspeitas de "apoio logístico" aos atentados, disse um oficial.
Ao todo, 17 vítimas e os três autores dos ataques morreram nos três dias de violência em Paris na semana passada, que começou com um ataque à sede do jornal semanal satírico Charlie Hebdo.
A estação ferroviária de Paris Gare del'Est foi esvaziada às 8h do horário local (5h, no horário de Brasília), após um alerta, mas reabriu cerca de uma hora depois, disse a empresa estatal de trens SNCF, sem dar mais detalhes.
Kerry se reuniu com o chanceler francês, Laurent Fabius, na manhã desta sexta, antes de cumprimentar o presidente François Hollande com um abraço no pátio do Palácio do Eliseu.
"Acho que você sabe que conta com as condolências integrais e sinceras do povo norte-americano e eu sei que você sabe que compartilhamos a dor e o horror de tudo pelo que vocês estão passando", disse Kerry a Hollande nesta sexta-feira.
Hollande disse que os ataques a Paris foram o 11 de setembro francês, em referência aos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York.
"Juntos precisamos encontrar as respostas certas e esse é o propósito de nosso encontro aqui hoje, para além da amizade", disse Kerry, que prestou homenagem em um memorial às vítimas do Charlie Hebdo.
Investigadores ainda estudam a complexa rede de eventos que levaram os três cidadãos franceses –dois irmãos de origem argelina e um terceiro de descendência africana– a perpetrarem os piores ataques em território francês das últimas décadas.
Investigadores belgas disseram que tentam estabelecer a existência de alguma ligação entre um homem detido na cidade de Charleroi sob suspeita de tráfico de armas e Amedy Coulibaly, responsável pela morte a tiros de quatro judeus em um supermercado kosher de Paris, na semana passada.
Seu advogado, Michel Bouchat, disse à mídia francesa que o homem não tem associação com Coulibaly e havia meramente lhe vendido um carro. O homem em questão já havia contatado a polícia na terça-feira para dizer que teve contato com Hayat Boumedienne, parceiro de Coulibaly que hoje se acreditar encontrar-se na Síria.
(Reportagem de Arshad Mohammed, Nicolas Bertin e Chine Labbe)