JERUSALÉM (Reuters) - A polícia israelense, armada com granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo, entrou em confronto com jovens palestinos que atiravam pedras e se entrincheiraram no interior da mesquita al-Aqsa, em Jerusalém, nesta terça-feira, disseram policiais e testemunhas, no terceiro dia de violência no local sagrado.
Palestinos mascarados atiraram sinalizadores contra as forças de segurança, que disseram que estavam tentando proteger a praça ao redor do terceiro lugar mais sagrado do Islã para impedir o que definiu como tentativas de palestinos de interromper as visitas ao complexo durante o ano novo judaico.
Os Estados Unidos e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disseram que estão preocupados com a violência no local, reverenciado pelos muçulmanos como o Nobre Santuário e pelos judeus como Monte do Templo.
O rei Abdullah, da vizinha Jordânia, disse que as ações israelenses eram provocadoras e poderiam pôr em perigo os laços entre os países, informou a mídia estatal nesta terça-feira, enquanto o presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou as ações de Israel.
A dinastia hachemita da Jordânia deriva parte de sua legitimidade do fato de ser a guardiã tradicional do local sagrado. Jordânia e Israel assinaram um tratado de paz em 1994.
"Se isso continuar a acontecer ... a Jordânia não terá outra escolha senão tomar medidas", declarou o rei Abdullah, sem dar detalhes. O porta-voz da Presidência palestina, Nabil Abu Rdeinah, disse que Abbas e o rei Abdullah discutiram os acontecimentos por telefone.
Vinte e seis palestinos foram feridos nesta terça-feira, nenhum deles seriamente, de acordo com o diretor unidade palestina de emergências do Crescente Vermelho, Amin Abu Ghazaleh. A porta-voz da polícia israelense, Luba Samri, disse que cinco policiais ficaram levemente feridos e dois palestinos foram presos.
(Reportagem de Ammar Awad, Maayan Lubell e Ali Sawafta; Reportagem adicional de Suleiman Al-Khalidi em Amã e Louis Charbonneau em Nova York)