(Reuters) - O governo do Rio Grande do Norte informou na noite de domingo que irá manter policiamento reforçado na prisão de Alcaçuz, na grande Natal, após a morte de 26 detentos em uma rebelião que teve início no sábado e aumentou o caos em um sistema penitenciário no qual cerca de 140 pessoas morreram em brigas entre facções criminosas desde o início do ano.
"A Polícia Militar e a Força Nacional estão patrulhando o perímetro para prevenir fugas. Temos um planejamento e continuaremos colocando em prática para evitar que novos motins aconteçam", disse o secretário de estado da Segurança Pública, Caio Bezerra, em nota publicada no site do governo do RN.
Membros de uma facção criminosa começaram o motim invadindo um pavilhão da prisão de Alcaçuz onde os rivais descansavam, disseram no domingo autoridades do Estado do Rio Grande do Norte. Investigadores forenses irão começar a identificar os corpos nesta segunda-feira, acrescentaram.
A polícia cercou a prisão na madrugada de sábado para domingo, mas esperou para entrar na penitenciária por causa dos relatos de que os presos permaneciam armados e fora de suas celas. Mais de uma dúzia de prisioneiros feridos no confronto foram levados para hospitais perto da penitenciária, disseram as autoridades.
Como em rebeliões anteriores neste ano, alguns detentos foram decapitados e alguns corpos podem ter sido parcialmente queimados, de acordo com uma fonte. A polícia identificou os seis prisioneiros que lideraram o distúrbio, segundo o site de notícias G1, e eles podem ser transferidos para prisões federais.
Por trás do derramamento de sangue em algumas prisões do país está uma disputa crescente entre algumas das mais poderosas facções criminosas pelo tráfico de drogas.
As rebeliões mais mortais em décadas expuseram a crescente guerra entre o Primeiro Comando da Capital, ou o PCC, e Comando Vermelho, no Rio de Janeiro.
De acordo com site de notícias G1, o PCC está por traz dos assassinatos em Alcaçuz, que tem cerca de 1.150 presos e capacidade para 620 detidos.
No domingo, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em nota, lamentou as mortes e disse que autorizou que parte de 13 milhões de reais do Fundo Penitenciário Nacional liberados no final do ano passado seja utilizada "em construções que reforcem a segurança no presídio".