Polícia se concentra em cidade perto de Paris após suspeitos de ataques serem vistos

Publicado 08.01.2015, 13:40
Atualizado 08.01.2015, 13:50
© Reuters. Policiais franceses com um cão farejador em local de tiroteio perto de Paris

Por Alexandria Sage e John Irish

VILLERS-COTTERETS/PARIS (Reuters) - A polícia antiterrorismo da França convergiu para uma região a nordeste de Paris, nesta quinta-feira, depois que os dois irmãos suspeitos de cometerem o ataque ao jornal semanal Charlie Hebdo foram vistos em um posto de gasolina da área.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse temer que os militantes islâmicos que mataram 12 pessoas ataquem novamente, enquanto a polícia realiza uma caçada aos suspeitos pelo país.

Duas fontes da polícia disseram que os suspeitos foram vistos armados e vestindo capuzes em um Renault Clio dentro de um posto de gasolina em uma estrada de Villers-Cotterets, a cerca de 70 quilômetros da capital francesa.

Em meio a reportagens da mídia francesa apontando que os homens abandonaram seus carros, o prefeito da cidade vizinha de Crépy-en-Valois, Bruno Fortier, disse que helicópteros estavam sobrevoando sua cidade e que havia muitos homens da polícia e das forças antiterrorismo.

"É uma valsa incessante de carros e caminhões da polícia", disse ele à Reuters, acrescentando que não podia confirmar os relatos de que os homens estavam cercados em uma casa da região.

Líderes nacionais e Estados aliados classificaram o ataque ao Charlie Hebdo, famoso pelas sátiras sobre o Islã e outras religiões, assim como de políticos, como um atentado contra a democracia. Os sinos da catedral de Notre-Dame tocaram durante um minuto de silêncio, respeitado por toda França e em outros países.

Nesta quinta-feira, uma policial foi morta em um tiroteio no sul de Paris, mas fontes policiais não puderam confirmar de imediato se o incidente estava ligado ao atentado de quarta ao jornal semanal Charlie Hebdo, o pior ataque em território francês da última década.

O prefeito de Montrouge, Jean-Loup Metton, disse que a policial e um colega atendiam a um chamado de acidente de trânsito no momento do tiroteio, na quinta. Testemunhas disseram que o criminoso fugiu em um carro modelo Renault Clio, e fontes policiais disseram que ele vestia um colete a prova de balas e portava uma pistola e um rifle.

Mas um policial na cena do tiroteio disse à Reuters que o suspeito não se parecia com os homens armados do ataque ao Charlie Hebdo.

O premiê Valls foi questionado na rádio RTL após uma reunião de emergência no gabinete do presidente francês, François Hollande, se temia novos ataques.

"Essa pergunta é inteiramente legítima, essa é obviamente nossa maior preocupação, e é por isso que milhares de policiais e investigadores têm sido mobilizados para capturar esses indivíduos", disse o premiê.

A polícia divulgou fotos dos dois cidadãos franceses que ainda estão soltos, descrevendo-os como "armados e perigosos". Os suspeitos são os irmãos Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, ambos já conhecidos dos serviços de segurança.

Na quarta-feira à noite, um homem de 18 anos se entregou à polícia em Charleville-Mézières, perto da fronteira com a Bélgica, enquanto a polícia conduzia buscas em Paris e nas cidades de Reims e Estrasburgo, no norte do país.

Uma fonte judicial disse que o rapaz que se entregou é cunhado de um dos principais suspeitos, e a mídia francesa citou amigos dizendo que ele se encontrava na escola no momento do ataque.

As redes sociais na França proporcionaram vários relatos de helicópteros da polícia sobrevoando o norte do país. A polícia intensificou a segurança em centros de transporte, locais religiosos, instalações de mídia e lojas de departamento.

DIA DE LUTO

A França deu início a um dia de luto pelos jornalistas e policiais mortos pelos homens armados e encapuzados, que utilizavam rifles Kalashnikov. As bandeiras francesas tricolores foram hasteadas a meio-mastro.

Dezenas de milhares participaram de vigílias por toda França na quarta-feira após o ataque, em defesa da liberdade de expressão, muitos usando faixas em que se lia "Je Suis Charlie" (Eu sou Charlie), em apoio ao jornal.

O ataque levantou preocupações sobre a segurança em países de todo o mundo. Líderes muçulmanos condenaram o tiroteio, e alguns relataram o temor sobre um surto de sentimento anti-islâmico na França, país de grande população muçulmana.

© Reuters. Policiais franceses com um cão farejador em local de tiroteio perto de Paris

O Conselho Muçulmano da França pediu a todos os muçulmanos franceses que se juntassem ao minuto de silêncio e declarou que vai emitir um chamado a "todos os imãs em todas as mesquitas da França para que condenem a violência e o terrorismo, de onde quer que venham, da maneira mais dura possível".

Fontes policiais disseram que o vidro da janela de um comércio de kebab vizinho a uma mesquita na cidade de Villefrance-sur-Saone, na região central do país, ficou estilhaçado por uma explosão durante a noite. A mídia local relatou que não houve feridos.

Um total de sete pessoas foram presas desde o ataque, disseram a fonte. Outras fontes policiais disseram que a maioria convivia com os suspeitos. Uma fonte disse que um dos irmãos foi identificado por meio de sua identidade, deixada no carro utilizado na fuga. 2015-01-08T153947Z_1006940001_LYNXMPEB070PQ_RTROPTP_1_MUNDO-FRANCA-POLICIAL-MORTA.JPG urn:newsml:onlinereport.com:20150108:nRTROPT20150108153947LYNXMPEB070PQ Policiais franceses com um cão farejador em local de tiroteio perto de Paris OLBRWORLD Reuters Brazil Online Report World News 20150108T153947+0000 20150108T153947+0000

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