Por Natalia A. Ramos Miranda
SANTIAGO (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, defendeu nesta sexta-feira as sanções impostas pelo país à Venezuela, e disse que os Estados Unidos não são o "elemento maligno" na crise econômica e política crescente do país de governo socialista.
Pompeo fez as declarações ao iniciar uma visita de três dias ao Chile, Paraguai e Peru, países de crescimento rápido em uma região na qual as preocupações de Washington se concentram na presença cada vez maior da China, além da crise venezuelana.
Será a primeira vez desde 1965 que um secretário de Estado dos EUA visita o Paraguai, um gesto simbólico que especialistas dizem sublinhar o comprometimento norte-americano com a região.
Pompeo também viajará no domingo a Cúcuta, cidade fronteiriça da Colômbia que está recebendo um número considerável de imigrantes venezuelanos em fuga da fome e da violência em casa.
Pouco após a declaração, os EUA anunciaram mais sanções contra empresas que transportam o petróleo venezuelano, incluindo quatro companhias e nove embarcações, incluindo algumas que afirmou terem enviado petróleo para Cuba.
A crise da Venezuela deve dominar a pauta da viagem, já que os EUA estão pressionando o presidente Nicolás Maduro a renunciar e exortando mais países a se unirem à coalizão que apoia o líder opositor Juan Guaidó. Nos últimos anos a região testemunhou a ascensão de presidentes de direita que estão apoiando Guaidó.
"Esta é uma oportunidade histórica", disse Pompeo a repórteres a caminho da capital chilena, Santiago, onde chegou nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira. A região contém países que "são realmente pró-mercado e democráticos de maneiras que não tivemos na América do Sul durante décadas", disse.
A visita ocorre no momento em que Washington pressiona a Rússia a retirar suas tropas da Venezuela.
Críticos alertaram que sanções pesadas podem prejudicar os venezuelanos comuns, que já sofrem com a hiperinflação e a escassez de alimentos e remédios. Pompeo disse que o povo reconhece que os EUA não têm culpa da crise na nação.
"Acho que eles entendem quem é o elemento maligno aqui, e acho que verão todos os países da região, inclusive os Estados Unidos, tentando ajudá-los verdadeiramente".
"Existe um reconhecimento profundo de que este é um problema que dura anos e anos e quase exclusivamente o resultado de Maduro entregar as chaves do país a Cuba, e esse não é o sujeito que você quer que participe da conversa sobre como levar a democracia adiante".
(Reportagem adicional de Lesley Wroughton em Washington)