Por Giulia Paravicini
ADIS ABEBA (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, fez um ataque velado à China durante um discurso a líderes empresariais da Etiópia nesta quarta-feira, uma amplificação aparente das críticas dos Estados Unidos de que os empréstimos chineses para grandes projetos de infraestrutura levam países pobres a se endividarem.
O governo Trump está tentando se contrapor à considerável influência chinesa no continente com sua nova estratégia comercial e de investimentos África Próspera e um novo organismo de financiamento de desenvolvimento, a Corporação Internacional de Finanças para o Desenvolvimento.
Analistas dizem que esta última é a tentativa de Washington de oferecer uma alternativa à abrangente iniciativa Cinturão e Rota de Pequim, que almeja ligar a China ao sudeste e ao centro da Ásia, ao Oriente Médio e à África por mar e terra.
"Os países deveriam ser cautelosos com regimes autoritários e suas promessas vazias", disse Pompeo em um discurso na Comissão Econômica das Nações Unidas para a África na capital etíope. "Eles fomentam corrupção, dependência e instabilidade, não prosperidade, soberania e progresso."
A visita de Pompeo à Etiópia também foi concebida para demonstrar apoio às reformas políticas do primeiro-ministro, Abiy Ahmed, apesar dos incidentes ocasionais de violência política, disse Kjetil Tronvoll, especialista em Etiópia da Universidade Bjørknes de Oslo.
A Etiópia deve realizar um eleição em 29 de agosto, e Abiy promete que será livre e justa, um rompimento com décadas de repressão.