Por Catarina Demony
LISBOA (Reuters) - O prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, foi duramente criticado nas redes sociais depois que foi revelado que a prefeitura gastaria mais de 5 milhões de euros para construir um altar para o papa Francisco celebrar uma missa no Dia Mundial da Juventude deste ano.
A capital portuguesa receberá entre 1º e 6 de agosto o festival internacional que reúne o papa e centenas de milhares de jovens católicos de todo o mundo.
O jornal Observador noticiou nesta terça-feira que a prefeitura contratou a maior construtora do país, a Mota-Engil, para construir o altar por 4,2 milhões de euros. Os detalhes do negócio foram publicados em um banco de dados oficial para contratos públicos.
As fundações da cobertura do altar, que seriam executadas pela Oliveiras S.A, vão custar mais 1 milhão de euros, de acordo com o contrato.
“As especificações do palco foram definidas em reuniões que tivemos com a Jornada Mundial da Juventude, a Igreja e a Santa Sé”, disse o prefeito de Lisboa, reconhecendo tratar-se de um projeto “muito caro”.
Mas, em um momento de alta da inflação, milhares de pessoas foram rápidas em usar as redes sociais para apontar o dedo para Moedas, um ex-comissário da UE, por gastar uma quantia tão grande em um altar.
“Se a crise habitacional fosse um altar para a Jornada Mundial da Juventude, já estaria resolvida”, disse Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda, no Twitter. "O problema não é falta de dinheiro, mas prioridades de gastos."
“Como católico e homem de fé, fico triste com esta demonstração de opulência desnecessária em um momento tão difícil", escreveu o usuário do Twitter Manuel Barbosa.