LONDRES (Reuters) - Postulante ao cargo de primeiro-ministro britânico, Liam Fox disse que o princípio de livre circulação de pessoas não deveria estar na mesa de negociações de um acordo comercial com a União Europeia na esteira do referendo do mês passado que decidiu a desfiliação de seu país do bloco.
Ex-ministro da Defesa britânico, Fox é um dos cinco parlamentares competindo para substituir David Cameron como premiê. Cameron disse que irá renunciar por ter perdido o referendo, deixando a responsabilidade das tratativas complexas com a UE, inclusive em temas essenciais como imigração e comércio, para seu sucessor.
"Está bastante claro que o público rejeitou o conceito de livre circulação, e que o preço de incluir tal livre circulação como parte de um acordo comercial seria visto como uma traição ao povo britânico", afirmou Fox nesta segunda-feira.
Os parlamentares do governista Partido Conservador irão iniciar na terça-feira um processo seletivo para reduzir o número de postulantes de cinco para dois, antes da votação final no início de setembro para decidir o vencedor.
Fox também disse que o Reino Unido deveria ativar o processo formal de desligamento da UE de dois anos de duração, conhecido como 'Artigo 50', até o final do ano, visando uma desfiliação completa do bloco até 1º de janeiro de 2019.
"Não podemos perder o impulso e correr o risco de ver a decisão do povo britânico descarrilar. Precisamos reconhecer que provavelmente ficaremos frustrados com a rigidez ideológica da Comissão (Europeia)", disse.
(Por William James e Michael Holden)