Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - As plantações de coca na Colômbia totalizaram 230 mil hectares em 2022, seu nível mais alto em mais de duas décadas e um crescimento de 13% em relação a 2021, anunciou o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Unodc) nesta segunda-feira.
Também em seu pico em mais de 20 anos está a potencial produção de cocaína no país, que subiu 24%, para 1.738 toneladas.
A folha de coca é o principal ingrediente da cocaína, cuja produção alimentou o conflito armado de seis décadas no país andino, matando pelo menos 450 mil pessoas.
"É preocupante que a cada ano haja um aumento nas plantações de coca no país", afirmou a diretora regional do Unodc, Candice Welsch, durante apresentação do relatório.
O aumento ocorreu devido ao crescimento da produção na província de Putumayo, na fronteira com o Equador, afirmou Welsch.
O presidente do país, Gustavo Petro, prometeu mudar o foco do combate às drogas para torná-lo um assunto de saúde pública, em contraponto ao que diz ser uma estratégia militar fadada ao fracasso.
O governo Petro pretende ajudar comunidades rurais para que substituam voluntariamente cerca de 100 mil hectares de produção de coca nos próximos quatro anos, disse recentemente uma autoridade à Reuters.
A desaceleração na taxa de crescimento anual das plantações de coca para 13% em relação aos 43% de 2021 "dão elementos para continuar com a estabilização, e quem sabe com reduções, disse o ministro da Justiça, Néstor Osuna, durante a apresentação.
O governo quer reduzir a área de cultivo para 150 mil hectares, e a capacidade produtiva para 900 toneladas métricas até 2026, segundo ele.
Cerca de 13% do desmatamento anual da Colômbia está ligado a plantações ilegais, disse a ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad, na semana passada. Em 2022, o país desmatou 29% menos do que em 2021.
(Reportagem adicional de Oliver Griffin)