GENEBRA (Reuters) - Os investigadores de crimes de guerra da Organização das Nações Unidas (ONU) pediram às potências mundiais nesta terça-feira que façam pressão para que os lados em conflito na Síria voltem à mesa de negociação para encerrar a guerra civil e o sofrimento dos civis.
O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da comissão de inquérito independente da ONU para a Síria, disse que o governo de Damasco está realizando ataques aéreos diários, e que grupos militantes como o Estado Islâmico também realizam ataques indiscriminados.
"Precisamos que todos os Estados insistam uma vez após outra que Estados influentes e o Conselho de Segurança (da ONU) apóiem incondicionalmente o processo político", disse Pinheiro ao Conselho de Direitos Humanos da entidade, em Genebra.
O governo sírio e o opositor Comitê de Altas Negociações (HNC, na sigla em inglês) – que pôs fim à última rodada de conversas em Genebra no final de abril – precisam retomar as tratativas e concordar com medidas que criem confiança, incluindo o fim dos bombardeios indiscriminados, o acesso a áreas sitiadas e a libertação de prisioneiros, afirmou ele.
"Escolas, hospitais, mesquitas, estações de água – todos estão sendo transformados em ruínas", disse o brasileiro. "Dezenas de milhares (de pessoas) estão presas entre as frentes de batalha e as fronteiras no norte e no sul da Síria".
O embaixador sírio, Hussam Aala, discursando no fórum de direitos humanos, acusou as potências regionais de "apoiarem o terrorismo" e "causarem o fracasso das conversas intrassírias em Genebra".
(Por Stephanie Nebehay)