Por Domenico Lusi
ROME (Reuters) - Um juiz italiano absolveu a prefeita de Roma, Virginia Raggi, de perjúrio em um julgamento sobre uma nomeação na prefeitura, evitando uma possível crise em seu partido, o Movimento 5 Estrelas, que governa o país.
Raggi foi eleita prefeita em 2016, em uma votação que foi vista no momento como grande avanço do movimento, que sempre promoveu uma imagem de retidão e prometeu limpar a corrupção da capital italiana.
A prefeita de 40 anos foi acusada de mentir sobre seu envolvimento na nomeação de um diretor da Secretaria de Turismo da cidade, Renato Marra, irmão de um de seus principais aliados. Promotores pediram uma prisão de 10 meses à prefeita.
"Essa sentença limpa dois anos de lama. Agora seguiremos em frente, com nossa cabeça erguida, por Roma, minha amada cidade, e por seus cidadãos", disse Raggi no Twitter (NYSE:TWTR).
O juiz disse que Raggi devia ser absolvida por não estar ciente de que estava cometendo um crime ou não ter conhecimento dos reais fatos que cercavam a indicação de Marra.
Raggi abraçou seu marido e aliados da Câmara Municipal na corte após o juiz decretar o veredicto.
O código de ética do 5 Estrelas diz que suas autoridades eleitas precisam renunciar caso sejam condenadas, o que significa que Raggi teria que deixar o cargo caso fosse derrotada no tribunal, o que lançaria dúvidas sobre a administração da cidade e ridicularizaria seu partido.
Os muitos críticos de Raggi dizem que ela pouco avançou em resolver os vários problemas de Roma desde que assumiu o cargo. Entre as principais reclamações, estão a envelhecida rede de transportes, ruas esburacadas e um serviço de lixo ineficiente.
Milhares de pessoas fizeram um protesto em frente à prefeitura no mês passado, criticando o estado da cidade, mas Raggi desdenhou dos manifestantes e afirmou que está obtendo progressos.
(Por Domenico Lusi)