Por Costas Pitas
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse a líderes empresariais que eles deveriam ver o período de transição de dois anos após a saída britânica da União Europeia, conhecida como Brexit, como algo garantido, uma tentativa de tranquilizar as empresas temerosas de que o país possa deixar o bloco sem um acordo, disse uma fonte à Reuters.
May encontrou os chefes da GlaxoSmithKline, da Vodafone (LON:VOD) e do HSBC, entre outras grandes companhias, nesta segunda-feira para ouvir o que eles esperam das conversas a respeito do relacionamento britânico com a UE após o Brexit.
As empresas vêm ficando cada vez mais alarmadas com o progresso lento das negociações e com a perspectiva de o país se separar do bloco sem um novo pacto comercial em vigor em 2019.
"Do ponto de vista dela, o acordo de transição não é negociável... o empresariado deveria pensar no período de dois anos como garantido. Acontecerá", disse a fonte quando indagada sobre o que a premiê disse durante os debates desta segunda-feira.
Uma porta-voz do gabinete de May informou que ela insistiu na posição "de que o objetivo do governo é uma saída suave e ordeira na qual só exista um conjunto de mudanças para os negócios e as pessoas".
Quase todos os líderes empresariais expressaram preocupação com o acesso à mão de obra qualificada depois do Brexit, e vários disseram a May que, por causa do ciclo de investimento, há decisões a serem tomadas no final de 2017 e no início de 2018, segundo a fonte.
Na semana passada, duas fontes disseram à Reuters que a montadora de veículos Toyota pretende construir a próxima versão do carro Auris em sua fábrica britânica partindo do pressuposto de que o governo obterá um acordo de transição pós-Brexit em uma decisão esperada para o final deste ano.