Por Elizabeth Piper e William James
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, criticou a União Europeia nesta segunda-feira após conseguir aprovação a um plano para quebrar o tratado do Brexit, dizendo que a medida é necessária já que o bloco havia se recusado a retirar "o revólver da mesa" nas negociações comerciais.
Johnson foi vitorioso na votação parlamentar em relação ao projeto de lei do mercado interno com um placar de 340 a 263. Uma emenda contra o governo foi derrotada pouco antes, embora seja provável que outras sejam apresentadas, já que Johnson enfrenta uma rebelião crescente em seu partido.
A UE diz que o projeto de Johnson pode fazer colapsar as negociações comerciais e colocar o Reino Unido em direção a uma saída completa da UE sem acordo, enquanto ex-líderes britânicos alertaram que quebrar a lei é um passo que vai longe demais e pode danificar a imagem do país.
Johnson, no entanto, disse que era essencial contra-atacar ameaças "absurdas" da UE, incluindo exigências para que o governo britânico estabeleça barreiras comerciais com a Irlanda do Norte e imponha um bloqueio de alimentos, -- medidas que, segundo ele, ameaçam a integridade do Reino Unido.
"A UE ainda não tirou o revólver da mesa", disse Johnson ao Parlamento antes da votação. "O que não podemos fazer agora é tolerar uma situação onde nossos equivalentes da UE seriamente acreditam que tem o poder de dividir nosso país".
A UE exigiu que o Reino Unido descarte as principais partes do projeto de lei até o final de setembro, caso contrário o bloco diz que não haverá acordo comercial no final do ano que cubra todos os tipos de transações, desde peças automotivas a alimentos.