Por Ayhan Uyanik e Jan Lopatka
BANSKA BYSTRICA, Eslováquia (Reuters) - O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, permanece em tratamento intensivo, informou o governo nesta sexta-feira, dois dias depois de ter sido baleado à queima-roupa em uma tentativa de assassinato que chocou a pequena nação da Europa Central e atraiu a condenação internacional.
Mais cedo, a mídia local informou que os médicos eslovacos se reunirão na segunda-feira para avaliar se Fico, que passou por horas de cirurgia, poderia ser transportado da cidade central de Banska Bystrica, onde está sendo tratado, para a capital Bratislava.
Em breve declaração, o governo disse que mais informações sobre a saúde de Fico seriam divulgadas "quando a situação permitir". O hospital não respondeu aos pedidos de comentário da Reuters.
O presidente eleito da Eslováquia, Peter Pellegrini, um aliado próximo do primeiro-ministro, fez uma breve visita ao hospital na quinta-feira e disse que Fico estava conseguindo falar um pouco.
A polícia eslovaca acusou um homem de tentativa de homicídio. A mídia local diz que ele é um ex-segurança de 71 anos de um shopping center e autor de três coleções de poesia. Não houve confirmação oficial de sua identidade.
A polícia realizou uma busca de horas na casa do suspeito na cidade central de Levice com ele presente, de acordo com a TV Makriza. Ele estava usando colete e capacete à prova de balas e carregava uma sacola plástica e outros itens.
Policiais armados, também usando coletes à prova de balas, patrulhavam do lado de fora de sua casa.
O ataque a tiros foi a primeira tentativa de assassinato de um líder político europeu em mais de 20 anos e atraiu a condenação internacional. Analistas políticos e parlamentares afirmam que o fato expôs um clima político cada vez mais agitado e polarizado na Eslováquia e em toda a Europa.
"ENTRE A VIDA E A MORTE"
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse à rádio pública na sexta-feira que Fico permanecia "entre a vida e a morte".
Mesmo que Fico se recupere, acrescentou Orbán, ele ficará afastado por meses em um momento crítico na corrida para as eleições para o Parlamento Europeu, previstas para o início do próximo mês.
"Estamos enfrentando uma eleição que decidirá não apenas sobre os membros do Parlamento Europeu, mas, juntamente com a eleição dos Estados Unidos, pode determinar o curso da guerra e da paz na Europa", disse Orbán.
Fico e Orbán têm criticado o fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia e a imposição de sanções à Rússia.
(Reportagem de Ayhan Uyanik, Jan Lopatka, Gergeley Szakacs, Pawel Florkiewicz)