Por Rupam Jain
NOVA DÉLHI (Reuters) - O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse nesta terça-feira que a paz está voltando ao Estado de Manipur, que foi devastado por conflitos onde pelo menos 180 pessoas foram mortas e dezenas de milhares forçadas a deixar suas casas em confrontos sectários desde maio.
O governo federal enviou forças de segurança para a região montanhosa que faz fronteira com Mianmar, governado pelo partido nacionalista de Modi, para conter a violência, que ocorre quando Modi busca garantir um terceiro mandato nas eleições gerais marcadas para maio de 2024.
"Há alguns dias, estamos recebendo relatos de paz estendida. O país está com o povo de Manipur. O país quer que o povo de Manipur mantenha a paz dos últimos dias e a leve adiante", disse Modi em um discurso do Dia da Independência das muralhas do Forte Vermelho de Nova Délhi.
A violência entre membros da etnia majoritária Meitei e da minoria Kuki começou por causa da competição por benefícios do governo ligados à educação, empregos e influência.
Entre os mortos estão 21 mulheres. Numerosos incidentes de estupro chamaram a atenção global e levantaram questões sobre a capacidade do Partido Bharatiya Janata (BJP, na sigla em inglês) de Modi de garantir a segurança.
Modi condenou o abuso sexual de mulheres em Manipur e prometeu uma ação dura, mas os partidos de oposição acusam seu governo de dividir o estado e não fazer o suficiente para acabar com os confrontos.
Em seu discurso, Modi listou as políticas sociais, econômicas e pró-pobres implementadas durante seus nove anos de governo e disse que seu compromisso com o crescimento e tornar a Índia uma potência econômica seria sustentado após garantir um terceiro mandato.
"O fracasso de Modi nos últimos nove anos pode ser categorizado como más políticas, injustiça e, talvez, o mais importante, má intenção", disse Jairam Ramesh, parlamentar federal do partido de oposição do Congresso.
"A retórica e a arrogância não podem mais encobrir esta verdade que agora é evidente para todo o país", disse ele em um comunicado.