LISBOA (Reuters) - O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, ameaçou nesta sexta-feira renunciar após seus aliados de esquerda discordarem do governo em uma votação parlamentar que pode minar os esforços para equilibrar o orçamento ao aumentar os salários dos professores retroativamente.
Na quinta-feira, uma ampla aliança de parlamentares votou a favor de conceder aos professores aumentos salariais retidos desde 2005.
Costa, do Partido Socialista, convocou uma reunião governamental de emergência nesta sexta-feira, depois da qual encontrou com o presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma hora, e informou ao chefe de Estado que renunciará caso o Parlamento aprove integralmente a medida.
"Nessas condições, entendi ser meu dever de lealdade institucional informar o presidente da República e o presidente da Assembleia da República que a aprovação em votação final global desta iniciativa parlamentar forçará o governo a apresentar sua demissão", disse Costa em pronunciamento televisionado.
O Parlamento vai realizar uma votação sobre a medida em uma sessão em 15 de maio. O projeto não impactaria o orçamento de 2019.
Perder o apoio do Partido Comunista Português e do Bloco de Esquerda no Parlamento tornaria difícil para os socialistas, que governam em minoria, aprovar leis. Portugal terá eleições nacionais em outubro.
(Reportagem de Sérgio Gonçalves; Reportagem adicional de Andrei Khalip)