Por Suleiman Al-Khalidi e Dala Osseiran
BEIRUTE (Reuters) - O primeiro-ministro designado do Líbano disse que trabalhará para formar um governo dentro de seis semanas para ajudar a tirar o país de uma crise econômica que se aprofunda, repelindo as acusações de que este será dominado pelo poderoso movimento islâmico xiita Hezbollah, que tem apoio do Irã.
Hassan Diab, acadêmico e ex-ministro da Educação, foi designado na quinta-feira como o próximo premiê com o apoio do fortemente armado Hezbollah, o grupo mais influente do país, e seus aliados.
"Governos anteriores da última década levaram um ano para se formar, e eu busco formar um governo nas próximas quatro semanas, ou em um período que não exceda seis semanas", disse Diab em uma entrevista à Deutsche Welle.
Na sexta-feira, tropas dispararam gás lacrimogêneo em Beirute para dispersar centenas de jovens que protestavam contra a designação de Diab, disseram testemunhas.
Os manifestantes atiraram pedras e fogos de artifício nos soldados durante os confrontos nas ruas do distrito de Corniche al Mazzraa. Muitos dos jovens lançaram pneus, e incêndios irromperam em várias ruas.
A designação abriu caminho para um gabinete sem aliados dos Estados Unidos e de países sunitas do Golfo Pérsico e ressaltou a influência dos amigos do Irã. A medida complicará os esforços para garantir ajuda financeira ocidental, dizem analistas.
O Líbano busca um novo governo desde que o primeiro-ministro Saad al-Hariri renunciou em 29 de outubro em reação aos protestos contra uma elite governante vista como mercenária e incompetente.