BAGDÁ (Reuters) - O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, disse nesta terça-feira que, caso se comprove que um novo sistema de urnas eletrônicas usado no final de semana falhou, a comissão eleitoral deveria fazer uma recontagem nacional, noticiou a televisão estatal.
Depois do surgimento de acusações de fraudes e urnas defeituosas em Kirkuk, província do norte do país, Abadi disse que a comissão eleitoral deveria recontar os votos manualmente no local.
Ele acrescentou que, caso se descubram falhas em Kirkuk, a recontagem deveria ser realizada em todo o Iraque, segundo a TV estatal.
Em Kirkuk e na vizinha Sulaimaniya, que tem uma população de maioria curda, partidos de oposição curdos protestaram depois da eleição legislativa de sábado, dizendo que uma vitória inesperadamente enfática de uma das principais siglas curdas locais foi fruto de uma fraude.
A comissão eleitoral disse nesta terça-feira que os resultados iniciais de Kirkuk também indicavam uma vitória da União Patriótica do Curdistão.
A primeira eleição iraquiana desde a derrota do Estado Islâmico, que chegou a dominar um terço do país quando varreu o Iraque e a Síria em 2014, opôs Abadi a rivais xiitas mais próximos do Irã.
Resultados nacionais prévios mostraram uma vitória surpreendente do bloco que apoia o clérigo agitador Moqtada al-Sadr, xiita não alinhado a Teerã que fez campanha com uma plataforma nacionalista e populista.
A comissão eleitoral do Iraque disse que o novo sistema de urnas eletrônicas, que exige identificação biométrica, tornaria a contagem mais rápida e garantiria sua precisão.
(Por John Davison)