TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse nesta quinta-feira que não dissolverá o Parlamento nos próximos dias, após semanas de especulação de que ele poderia fazê-lo para convocar uma eleição antecipada na esperança de solidificar seu poder dentro do partido governista.
A conversa sobre uma dissolução surgiu algumas semanas atrás, quando os índices de apoio a Kishida aumentaram nos dias após receber a cúpula do Grupo dos Sete (G7) em Hiroshima, sua base.
A especulação se intensificou quando a oposição parecia prestes a apresentar um voto de desconfiança contra o governo, potencialmente dando a Kishida um motivo para dissolver a câmara baixa e convocar uma eleição antecipada.
"Não estou pensando em dissolver o Parlamento durante a atual sessão da Dieta", disse Kishida a repórteres no gabinete do primeiro-ministro. A sessão atual termina em 21 de junho.
Questionado sobre a possível moção de desconfiança da oposição, Kishida afirmou que instruiu autoridades de seu Partido Liberal Democrata (PLD) a votar contra. Qualquer votação desse tipo seria principalmente simbólica, dada a maioria parlamentar do PLD.
Embora alguns parlamentares do PLD tenham sido a favor de uma eleição antecipada devido ao vento favorável de um mercado de ações em alta e uma oposição fragmentada e fraca, os riscos também surgiram nos últimos dias.
As críticas cresceram sobre questões de cartão de identidade nacional e furor sobre uma festa organizada pelo filho de Kishida - seu ex-secretário político - na residência oficial do primeiro-ministro. Ambas as situações levaram alguns legisladores do partido governista a pedir cautela sobre uma eleição em breve.
(Reportagem de Elaine Lies, Kaori Kaneko, Mariko Katsumura e Chang-Ran Kim)
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