Por Fatos Bytyci
PRISTINA (Reuters) - O primeiro-ministro do Kosovo apresentou nesta terça-feira um plano para diminuir as tensões no norte de maioria sérvia que incluiria novas eleições locais e cortes na polícia especial, cedendo à pressão de importantes apoiadores ocidentais de sua independência.
Mas a prisão no mesmo dia de um sérvio identificado pelo ministro do Interior albanês de Kosovo como um organizador de ataques contra as forças de paz da Otan durante protestos sérvios no mês passado provocou nova ira na região volátil.
Cerca de 200 sérvios se reuniram em North Mitrovica para protestar contra a prisão, com a polícia albanesa do Kosovo em equipamento antimotim parada a algumas centenas de metros de distância. Soldados norte-americanos da força de manutenção da paz KFOR também estavam nas proximidades.
Durante a operação para prender Milun Milenkovic, três policiais albaneses do Kosovo ficaram levemente feridos, disse o ministro do Interior, Xhelal Svecla, em sua página no Facebook (NASDAQ:META).
Cerca de 30 soldados da paz e 52 sérvios ficaram feridos nos confrontos no final do mês passado, depois que prefeitos de etnia albanesa assumiram cargos após uma eleição local em que o comparecimento foi de apenas 3,5%, uma vez que os sérvios, que formam a maioria na região, boicotaram a votação.
Estados Unidos e União Europeia pediram ao primeiro-ministro Albin Kurti para retirar os prefeitos, remover a polícia especial usada para instalá-los e manter um acordo de 2013 para uma associação de municípios sérvios autônomos na região.
Kurti disse que "grupos violentos (sérvios) foram retirados do território de Kosovo (e, portanto) a presença de tropas policiais do Kosovo em três prédios municipais será reduzida".
"O governo da República do Kosovo coordenará com todos os atores e anunciará eleições antecipadas em quatro municípios do norte", afirmou Kurti em entrevista coletiva após se encontrar com os embaixadores de Estados Unidos, Itália, França, Alemanha e Reino Unido, conhecidos como grupo Quint.
Ele disse que apresentou seu plano aos enviados da UE e dos EUA e convocou uma reunião de acompanhamento entre autoridades sérvias e do Kosovo em Bruxelas, onde fica a sede da UE.