Por Joan Faus
BARCELONA (Reuters) - O primeiro-ministro interino da Espanha, Pedro Sánchez, visitou Barcelona nesta segunda-feira, após uma semana de protestos separatistas catalães, e minimizou os pedidos para que se encontrasse com líderes pró-independência, acusando o governador regional de falhar na tarefa de restaurar a ordem.
A visita de Sánchez à capital regional foi acompanhada por centenas de manifestantes pacíficos, que cantavam o hino catalão e brandiam cartazes exortando-o a "sentar e conversar" com o governo pró-secessão da região.
Barcelona foi abalada por sete noites consecutivas de protestos às vezes violentos após a prisão de nove separatistas catalães, condenados por sedição na semana passada devido ao seu papel em uma tentativa de independência fracassada de 2017.
Antes da visita para se encontrar com forças de segurança e policiais feridos nos protestos, Sánchez acusou o presidente regional da Catalunha, Quim Torra, de fracassar em sua tarefa de salvaguardar a segurança pública e garantir uma coexistência harmoniosa entre os campos pró e anti-independência.
Em uma carta de palavreado duro enviada na manhã desta segunda-feira, Sánchez disse que Torra "deu as costas" às forças de segurança e voltou a exigir que ele rejeite os tumultos com vigor.
No final de semana, Torra disse em um comunicado que sempre repudiou a violência e criticou o premiê por evitar o diálogo.
O governo regional informou que Torra solicitou uma reunião com Sánchez durante sua visita a Barcelona, mas que não ficou claro se ela aconteceria.
Uma pequena multidão de manifestantes recebeu Sánchez quando ele chegou a Barcelona, tocando cornetas e gritando enquanto ele entrava no quartel-general da Polícia Nacional, que foi o foco de grande parte dos episódios de violência recentes.
No domingo, o Ministério do Interior disse que 288 policiais foram feridos nos confrontos e que 194 pessoas foram presas.
Os distúrbios na Catalunha coincidem com o momento em que os partidos políticos espanhóis se preparam para uma eleição nacional antecipada em 10 de novembro, a segunda votação deste ano.
A questão da independência catalã dominou o panorama político fragmentado do país nos últimos anos, e provavelmente continuará a fazê-lo até a eleição do mês que vem.