Por Linda Sieg
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, fortalecido por uma vitória eleitoral consistente de parlamentares que defendem uma revisão da Constituição pacifista pós-guerra, sinalizou nesta segunda-feira um novo esforço para atingir o objetivo de longa data, mas precisará convencer uma população dividida.
Partidos que defendem uma modificação na Carta elaborada pelos Estados Unidos ganharam quase 80 por cento dos assentos na eleição da Câmara japonesa, no domingo, indicaram contagens da mídia.
O resultado consolidou o novo Partido Constitucional Democrata (CDPJ) como o maior grupo de oposição às mudanças propostas por Abe.
Formado por membros liberais do Partido Democrático, que implodiu antes da eleição e que não existe mais na Câmara, o CDPJ conseguiu 55 assentos, mostrou uma contagem final da emissora pública NHK. O número é apenas uma fração da maioria de dois terços do bloco governista, que conquistou 313 assentos da câmara de 465 membros.
Abe disse querer convencer outros partidos, incluindo a nova legenda conservadora da governadora de Tóquio, Yuriko Koike, o Partido da Esperança, e que não insistirá em um objetivo proposto neste ano de mudar a Constituição até 2020.
"Nós conquistamos uma maioria de dois terços como o bloco governista, mas é necessário se esforçar para formar um amplo acordo entre o bloco governista e a oposição (para revisar a Constituição)", disse Abe em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira.
"E então nós visamos ganhar a compreensão do povo, para que nós possamos ganhar uma maioria em um referendo", disse Abe. O primeiro-ministro chegou perto de alegar ter recebido um mandato para alterar a Constituição na eleição de domingo.