Por Johan Ahlander e Simon Johnson
ESTOCOLMO (Reuters) - O Parlamento da Suécia afastou o primeiro-ministro, Stefan Lofven, com uma moção de desconfiança nesta segunda-feira, dando ao líder Social Democrata uma semana para renunciar e encarregar o presidente da casa de montar um novo governo ou convocar uma eleição antecipada.
Os Democratas Suecos nacionalistas aproveitaram a chance de pedir a votação depois que o ex-comunista Partido da Esquerda retirou seu apoio ao governo de centro-esquerda devido a um plano para amenizar os controles de aluguel de apartamentos recém-construídos.
O líder dos Democratas Suecos, Jimmie Akesson, disse ao Parlamento que o governo é danoso e historicamente fraco, acrescentando: "Ele jamais deveria ter assumido o poder".
A moção de desconfiança, que exige 175 votos do Parlamento de 349 cadeiras para passar, foi apoiada por 181 parlamentares.
Lofven, de 63 anos, é o primeiro premiê sueco afastado por uma moção de desconfiança apresentada pela oposição.
Sua coalizão minoritária frágil com o Partido Verde depende do apoio parlamentar de duas siglas pequenas de centro-direita e do Partido da Esquerda desde uma eleição apertada no país-membro da União Europeia em 2018.
O Partido da Esquerda viu em Lofven o estopim da crise.
"Não é o Partido da Esquerda que desistiu do governo Social Democrata, é o governo Social Democrata que desistiu do Partido da Esquerda e do povo sueco", disse sua líder, Nooshi Dadgostar.
Como o Parlamento está em um impasse, não está claro a quem seu presidente pode se voltar para formar um novo governo caso Lofven renuncie. Pesquisas de opinião indicam que os blocos de centro-esquerda e centro-direita estão equilibrados, por isso pode ser que uma eleição antecipada tampouco traga clareza.
(Por Niklas Pollard, Johan Ahlander, Simon Johnson)