Por Michael Holden
LONDRES (Reuters) - Líderes poloneses e muçulmanos na Grã-Bretanha manifestaram preocupação na segunda-feira com o aumento dos crimes motivados por ódio racial que se seguiu ao referendo da semana passada que decidiu pela saída britânica da União Europeia, e no qual a imigração foi apontada como fator-chave para o resultado.
A polícia disse que panfletos ofensivos aos poloneses foram distribuídos em uma cidade na região central da Inglaterra e um centro cultural polonês foi pichado no domingo, três dias após o referendo.
Ao mesmo tempo, grupos islâmicos disseram que houve um grande aumento nos incidentes contra muçulmanos desde a última sexta-feira, muitos deles diretamente relacionados à saída britânica da UE, conhecida como Brexit.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, condenou os ataques em discurso no Parlamento e disse ter conversado com a premiê polonesa, Beata Szydlo, para manifestar sua preocupação e assegurá-la que os poloneses na Grã-Bretanha serão protegidos.
"Nos últimos dias vimos pichações desprezíveis em um centro comunitário polonês, vimos abusos verbais contra indivíduos porque eles pertencem a minorias étnicas", disse Cameron. "Não vamos apoiar os crimes de ódio ou este tipo de ataques. Eles precisam ser erradicados."
A imigração surgiu como um dos principais temas da campanha para o referendo sobre a UE, com aqueles que defendiam a saída britânica do bloco argumentando que a participação na União Europeia permitiu que um número descontrolado de migrantes entrassem na Grã-Bretanha vindo do Leste Europeu.