PARIS (Reuters) - A candidata presidencial francesa de extrema-direita, Marine Le Pen, disse nesta segunda-feira que ainda não obteve todo o financiamento de que precisa para sua campanha eleitoral a menos de um mês da votação.
A líder da Frente Nacional, que aparece em segundo lugar nas pesquisas de opinião, repetiu sua queixa de que os bancos da França estão se recusando a emprestar dinheiro para sua candidatura.
Falando à rádio Europe 1 após a visita da semana passada a Moscou, onde se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, ela disse não ter nenhum apoio financeiro da Rússia, nem de nenhuma instituição financeira russa, mas que está tentando obter um empréstimo de um banco do exterior.
"Eu preciso", disse. "Estou impedida de emprestar de bancos franceses, então agora estou sendo criticada por pedir um empréstimo de um banco estrangeiro. O que eu deveria fazer?... Os bancos franceses emprestaram a todos os candidatos presidenciais, menos eu".
Um destes bancos, o Société Générale, disse que não empresta a qualquer partido político. Os outros grandes bancos não quiseram comentar o assunto.
Na semana passada Le Pen declarou dois empréstimos totalizando 6 milhões de euros para a campanha, dinheiro oriundo da Cotelec, organização de seu pai e fundador do partido, Jean-Marie Le Pen.
Em 2014 veio à tona que a Frente Nacional havia recebido um empréstimo de 9 milhões de euros de um banco russo.
O possível envolvimento da Rússia em eleições ocidentais se tornou um tema mais sensível desde que agências de inteligência dos Estados Unidos acusaram suas contrapartes russas de tentarem influenciar a eleição norte-americana de 2016 por meio de invasões cibernéticas, algo que Moscou negou.
As pesquisas vêm apontando que Le Pen irá disputar o segundo turno de 7 de maio, mas que perderá para o independente centrista Emmanuel Macron.
(Por Andrew Callus)