BUENOS AIRES (Reuters) - O candidato de oposição na eleição presidencial argentina Alberto Fernández disse na terça-feira que, se vencer a eleição de outubro, promoverá o diálogo com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao lado de México e Uruguai.
A possível guinada na política externa da terceira maior economia da América Latina encerraria quase quatro anos de críticas estridentes a Maduro de parte do presidente da Argentina, Mauricio Macri, que como a maioria dos líderes regionais reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como líder legítimo da Venezuela.
Fernández massacrou Macri em uma eleição primária no início deste mês, que serve como uma prévia da votação de outubro, preparando o cenário de uma possível mudança política na América do Sul se a Argentina voltar a ter um governo de esquerda sob Fernández, juntando-se a Venezuela, Uruguai e Bolívia.
Em uma entrevista ao canal local 13, Fernández criticou as exigências regionais para que Maduro renuncie e elogiou México e Uruguai por defenderem conversas entre Maduro e a oposição.
"Eu me uniria a eles para tentar encontrar uma solução para a Venezuela, uma que os próprios venezuelanos encontrem", disse Fernández. "Não concordo com todas estas propostas a que parte dos latino-americanos fez coro com Trump."
A oposição da Venezuela e Washington disseram que Maduro só participa das conversas para ganhar tempo e exigiram que ele renuncie para haver eleições, acusando-o de ter roubado a votação do ano passado.
(Reportagem de Gabriel Burin)