BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse nesta quarta-feira que publicaria decretos nos próximos dias com o objetivo de conter o conflito de interesses na política da Argentina, num momento em que promotores se esforçam para investigar mais sobre as relações comerciais de sua família.
Em um discurso que marcou a abertura de uma nova sessão legislativa, Macri também pediu que o Congresso argentino aprove uma “lei de responsabilidade empresarial”, para tornar empresas legalmente responsáveis por corrupção e permitir que realizem acordos de leniência.
“Eu quero que tudo seja transparente e aberto, para que ninguém duvide das decisões que este presidente toma”, disse Macri, filho de um dos homens mais ricos da Argentina, o empresário Franco Macri.
Promotores federais apresentaram casos contra o presidente e sua família por alegações de vários conflitos de interesse, pressionando politicamente a coalizão “Cambiemos”, de centro-direita, antes das eleições legislativas em outubro. Macri está apostando no sucesso nas urnas para continuar sua agenda de reformas.
No mês passado, Macri foi criticado por um acordo que seu governo realizou para saldar uma dívida de 15 anos com o serviço postal que ocorreu quando este era propriedade do pai de Macri, com os promotores alegando que o acordo beneficiaria sua família.
Macri disse na época que o acordo havia sido negociado legalmente, mas se desculpou pela falta de transparência e o revogou. Ele afirmou que permaneceria “o mais distante possível” de qualquer decisão do governo que envolva seu pai.