WASHINGTON (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, disse nesta quinta-feira que não fez nenhuma promessa ao ex-presidente Donald Trump de que apoiará uma legislação para excluir os dois impeachments aprovados contra Trump pela Casa quando ele estava no poder.
"Não há acordo", disse o republicano McCarthy a um repórter no Capitólio. A declaração vem após o site Politico dizer que ele fez um acordo com Trump, o atual favorito para concorrer à presidência dos EUA pelo partido em 2024.
A Câmara, então controlada pelos democratas, votou em 2019 e novamente em 2021 pelo impeachment de Trump, enquanto o Senado o absolveu nas duas vezes graças aos votos dos republicanos.
A Câmara acusou Trump pela primeira vez de abuso de poder e obstrução do Congresso após ele pedir à Ucrânia para investigar o democrata Joe Biden, que venceu a eleição presidencial de 2020, e seu filho por acusações de corrupção sem fundamento.
Na segunda vez, Trump foi acusado de incitar uma insurreição, relacionada ao ataque ao Capitólio por seus apoiadores em 6 de janeiro de 2021.
McCarthy votou contra o impeachment de Trump nas duas vezes. Nesta quinta-feira, ele disse que os dois impeachments tiveram motivação política e não foram baseados em evidências de que Trump cometeu um crime grave ou contravenção, conforme estipulado na Constituição dos EUA.
As falas de McCarthy vieram depois que o Politico relatou que Trump estava indignado com o líder republicano por adiar seu endosso a sua terceira candidatura à Casa Branca em 2024. Em troca, de acordo com o Politico, McCarthy prometeu trabalhar para aprovar uma legislação que "excluiria" ambos os impeachments.
O Politico disse que McCarthy prometeu a medida para antes do recesso do Congresso em agosto.
Um representante de Trump não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
(Por Richard Cowan)