Petróleo recua com cessar-fogo no Oriente Médio e aumento de estoques nos EUA
Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfrentará tentativas de destituí-la pela segunda vez em três meses, quando grupos de extrema-direita e de esquerda no Parlamento Europeu apresentarem moções de desconfiança nesta semana.
Embora as moções de censura tenham quase nenhuma chance de alcançar a maioria de dois terços dos votos necessários para destituir von der Leyen, elas poderiam expor uma inquietação mais geral sobre sua liderança e desestabilizar a assembleia da UE.
As moções devem ser propostas na segunda-feira pela extrema-direita e pela extrema-esquerda da França -- Jordan Bardella, presidente do Reunião Nacional, e Manon Aubry, do França Insubmissa, respectivamente --, seguidas pela defesa de Von der Leyen e por manifestações de líderes de todos os grupos partidários.
As votações ocorrerão na quinta-feira.
Para Von der Leyen, essa não é uma experiência nova. Em julho, ela também enfrentou uma moção de desconfiança de legisladores principalmente de extrema-direita, à qual sobreviveu confortavelmente.
No entanto, os partidos que não fazem parte da corrente dominante perceberam que é fácil acionar moções de censura, antes raramente usadas, depois que as eleições de 2024 aumentaram a bancada da extrema-direita para mais de 100 parlamentares, sendo que apenas 72 são necessários para apoiar uma moção.
No caso da esquerda, ela também cooptou um parlamentar do grupo de centro-esquerda Socialistas e Democratas e vários Verdes.
As duas moções de censura são diferentes: a da direita reclama das políticas verdes "equivocadas" e do fracasso em lidar com a migração ilegal, enquanto a da esquerda destaca a inação da UE em relação a Gaza.
Entretanto, ambos os lados concordam que Von der Leyen aceitou um acordo tarifário desequilibrado com os Estados Unidos e que o acordo comercial UE-Mercosul proposto pela Comissão é uma ameaça aos agricultores e ao meio ambiente.
Ambos serão submetidos a votação no Parlamento nos próximos meses, e os resultados não são claros.
(Reportagem de Philip Blenkinsop)