NAÇÕES UNIDAS/SEUL (Reuters) - O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, disse nesta quarta-feira que se a Rússia ajudasse a Coreia do Norte a melhorar seus programas de armas em troca de assistência para a guerra na Ucrânia seria "uma provocação direta", e que Seul e os seus aliados não ficariam de braços cruzados.
Em discurso na Assembleia Geral anual da ONU, Yoon disse que tal cenário ameaçaria a paz e a segurança não só da Ucrânia, mas também da Coreia do Sul.
Yoon fez a declaração no momento em que o líder norte-coreano, Kim Jong Un, retornou a Pyongyang após uma viagem de uma semana à Rússia, na qual ele e o presidente russo, Vladimir Putin, prometeram aumentar a cooperação na área militar.
Os programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte não são apenas uma ameaça existencial para a Coreia do Sul, mas também um sério desafio à paz na região do Indo-Pacífico e em todo o mundo, disse Yoon.
"É paradoxal que um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, confiado como guardião final da paz mundial, trave uma guerra invadindo outra nação soberana e receba armas e munições de um regime que viola flagrantemente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU", disse.
Coreia do Sul e Estados Unidos expressaram preocupação com o fato de a Rússia estar potencialmente tentando adquirir munições da Coreia do Norte para complementar a queda de seus arsenais como resultado da guerra na Ucrânia, enquanto Pyongyang procura ajuda tecnológica para os seus programas nuclear e de mísseis.
"Se (a Coreia do Norte) adquirir a informação e a tecnologia necessárias para melhorar as suas capacidades em matéria de armas de destruição em massa em troca de apoiar a Rússia com armas convencionais, o acordo será uma provocação direta, ameaçando a paz e a segurança não só da Ucrânia, mas também da República da Coreia", disse Yoon.
"A República da Coreia, juntamente com os seus aliados e parceiros, não ficarão de braços cruzados".
(Reportagem de Hyonhee Shin e David Brunnstrom)