Por Kole Casule Renne e Renee Maltezou
ESCÓPIA/ATENAS (Reuters) - O presidente da Macedônia disse nesta quarta-feira que não irá assinar um acordo feito com a Grécia para mudar o nome do país, afastando esperanças de um rápido fim a uma disputa diplomática que tem bloqueado a tentativa da Macedônia de se juntar à União Europeia e à Otan.
Na Grécia, o primeiro-ministro Alexis Tsipras enfrentou uma série de críticas e a possibilidade de uma moção de desconfiança contra seu governo após ele e o primeiro-ministro macedônio, Zoran Zaev, anunciarem o acordo na terça-feira.
Sob o acordo, a Macedônia seria formalmente reconhecida como “República da Macedônia do Norte”. O país é atualmente reconhecido na Organização das Nações Unidas como “Antiga República Iugoslava da Macedônia”.
Atenas há tempos contesta o uso do nome “Macedônia” pelo país vizinho, dizendo que isto implica reivindicações territoriais a uma província no norte da Grécia e que também representa apropriação da antiga herança cultural grega.
“Minha posição é final e não irei ceder a nenhuma pressão, chantagem ou ameaça. Eu não irei apoiar ou assinar um acordo tão prejudicial”, disse o presidente da Macedônia, Gjorge Ivanov, em entrevista coletiva na Escópia.
Ivanov, que é apoiado pela oposição nacionalista VMRO-DPMNE, pode vetar o acordo. O governo de centro-esquerda da Macedônia também precisa de uma maioria de dois terços para conseguir aprovação parlamentar e isto exigiria apoio da VMRO-DPMNE, que é fortemente oposta ao acordo.
O presidente também disse que a possível futura participação da Macedônia na UE e na Otan não é uma desculpa suficiente para assinar um “acordo ruim”.
O acordo deve ser aprovado por macedônios em um referendo, assim como pelos Parlamentos de ambos os países.