DAMASCO, (Reuters) - O presidente sírio, Bashar al-Assad, se encontrou nesta quarta-feira com parlamentares franceses, na primeira reunião desse tipo desde que a França fechou sua embaixada no país em 2012 e anunciou que o líder da Síria tinha perdido a legitimidade.
A viagem não foi aprovada pela Comissão dos Assuntos Externos do Parlamento francês, e o Ministério das Relações Exteriores disse que não apoia a missão parlamentar.
Muitos diplomatas europeus dizem reservadamente que é tempo de comunicação com Damasco, após uma revolta de quatro anos não conseguir derrubar Assad. A agência estatal de notícias da Síria informou que a reunião se concentrou nos "desafios enfrentados por regiões árabes e europeias, especificamente em matéria de terrorismo".
Segundo a agência, Assad disse que a Síria "sempre incentiva a cooperação entre os Estados como a maneira mais eficaz para deter a expansão do terrorismo e eliminá-lo".
Mais de 200.000 pessoas morreram em uma guerra civil que começou quando pacíficos protestos pró-democracia foram reprimidos por Assad com o uso de armas. Os militantes islâmicos se tornaram a força insurgente mais poderosa no combate ao governo.
A delegação de quatro homens, que voltará para a França na quinta-feira, é liderada por Gerard Bapt, do Partido Socialista, e incluiu membros das duas casas do Parlamento.
O deputado Jacques Myard, que, no passado, acusou o governo francês de seguir cegamente a política dos Estados Unidos, confirmou à Reuters que a reunião ocorreu nesta quarta-feira pela manhã.
"Vir aqui não significa que nós apoiamos o que aconteceu", disse ele à TV BFM. "O objetivo é compreender melhor o regime de Assad, porque não acreditamos que possamos lutar contra o Estado Islâmico sem a Síria."
Ele declarou que alguns países que a França considera aliados na região não estão fazendo a sua parte na luta contra os militantes islâmicos.
(Reportagem de Marwan Makdesi, em Damasco, e John Irish, em Paris)