CARACAS (Reuters) - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse neste sábado que seu governo tomará medidas para enfrentar a acelerada depreciação da moeda local, o bolívar, nos últimos dias, em meio a uma galopante inflação.
A ação do governo para tentar frear a inflação por meio da estabilidade cambial dá sinais de esgotamento. Pelo cálculo do Banco Central, o câmbio se depreciou 18% durante a semana, fechando em 14 bolívares por dólar, ampliando a diferença em relação ao dólar no mercado paralelo.
“Diante do ataque do dólar criminal, ordenei que a equipe econômica tome medidas em defesa da Taxa Oficial”, disse Maduro, em sua conta no Twitter, sem precisar as medidas.
Mais tarde, a vice-presidente, Delcy Rodríguez, escreveu também em sua conta no Twitter que ações seriam tomadas para a “defesa do mercado de câmbio”, sem dar detalhes. “Os que atacam a economia venezuelana estão destinados ao fracasso!”, acrescentou.
Durante meses, o governo de Maduro aplicou uma política ortodoxa para a desaceleração dos preços ancorando a taxa de câmbio, pela qual o Banco Central colocou moeda estrangeira em espécie nos bancos locais e limitou a expansão do crédito e do gasto público.
A estratégia, porém, exibe rachaduras. Desde o mês passado, o governo começou a gastar mais e a demanda não pôde ser cobertura pela oferta de dólares semanais do emissor venezuelano por meio das entidades financeiras locais porque essa maior quantidade de bolívares circulando acabava pressionando o mercado paralelo, de acordo com os analistas.
A acelerada depreciação do bolívar se reflete nos preços. A inflação anual até outubro era de 155%, segundo dados oficiais.
(Reportagem de Deisy Buitrago e Mayela Armas)