Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - O presidente de Israel iniciou consultas pós-eleitorais com partidos políticos nesta segunda-feira para poder indicar um candidato à formação de um governo.
A indicação do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, parece virtualmente garantida, já que seu partido de direita Likud conseguiu o maior número de assentos no Parlamento na eleição de terça-feira e seu maior adversário, Benny Gantz, do partido de centro Azul e Branco, admitiu a derrota.
O presidente, Reuven Rivlin, disse que anunciará sua escolha na quarta-feira, depois de se reunir com todos os partidos que conquistaram cadeiras no Knesset de 120 membros.
Pela lei israelense, depois de consultas com as siglas o presidente seleciona um parlamentar que acredita ter mais chance de montar um governo, concedendo-lhe 28 dias – com uma prorrogação de uma quinzena, se necessário – para completar a tarefa.
Netanyahu disse que pretende compor uma coalizão com cinco partidos de extrema-direita, direita e de judeus ultraortodoxos que dariam 65 assentos a um governo liderado pelo Likud, quatro mais que os de sua gestão em fim de mandato.
Quatro destes partidos já disseram que apoiarão Netanyahu, o que lhe garante 60 cadeiras.
Avigdor Lieberman, ex-ministro da Defesa da legenda ultranacionalista Yisrael Beitenu, que obteve cinco cadeiras e se reúne com Rivlin na terça-feira, não declarou formalmente que participará de uma coalizão com o Likud.
Mas comentaristas políticos, notando as diferenças agudas entre Lieberman e partidos árabes e de esquerda de cujo apoio Gantz necessitaria para governar, previram que ele se alinhará a Netanyahu depois de pressionar para obter concessões nas negociações de uma coalizão.
Gantz, ex- chefe militar cujo partido conseguiu 35 assentos parlamentares, provavelmente será o próximo da fila para montar um governo se Netanyahu fracassar.
Pela primeira vez, as consultas de Rivlin com os partidos estão sendo transmitidas ao vivo, parte do que ele descreveu como uma demonstração de transparência no que tradicionalmente era um processo a portas fechadas em Israel.
No encontro com representantes do Likud, Miri Regev, ministra da Cultura, observou que Netanyahu se reelegeu apesar do anúncio de fevereiro do Procurador-Geral, Avichai Mandelblit, de que planeja acusar o premiê em três casos de corrupção
Netanyahu nega qualquer irregularidade, e não é legalmente obrigado a renunciar se for indiciado.