Por Maayan Lubell
JERUSALÉM (Reuters) - O presidente de Israel, Isaac Herzog, pediu nesta terça-feira ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e seus rivais políticos que cheguem a um acordo para colocar fim à crise judicial do país apenas uma semana antes de sessão decisiva da Suprema Corte israelense.
Herzog disse na segunda-feira que tem conversado com líderes da coalizão e da oposição nas últimas semanas em uma nova iniciativa para chegar a acordos amplos que evitem uma crise constitucional e salvaguardem a democracia após meses de protestos.
"Há momentos em crises assim em que uma liderança precisa aproveitar a rara oportunidade para chegar a um acordo. Este é um momento", disse Herzog num discurso. "Já chega. Apelo aos líderes para que mostrem responsabilidade."
O pedido acontece antes de a Suprema Corte reunir, pela primeira vez na história de Israel, toda a sua bancada de 15 juízes no dia 12 de Setembro para ouvir um recurso contra uma emenda que restringiria seus próprios poderes, aprovada em julho pela coligação de Netanyahu.
A coligação nacionalista-religiosa de Netanyahu lançou uma campanha em janeiro para reformar o sistema judiciário do país, desencadeando protestos sem precedentes, prejudicando a economia e despertando preocupações com a saúde democrática de Israel.
Desde então, Netanyahu disse que algumas das medidas do plano original foram descartadas e que procuraria um consenso amplo sobre quaisquer novas reformas judiciais, que, segundo ele, visam restaurar o equilíbrio entre os braços do governo.
Num vídeo divulgado pelo seu partido Likud, Netanyahu apelou a um dos líderes da oposição, o ex-ministro da Defesa Benny Gantz, para negociar diretamente, dizendo que acordos eram possíveis.
(Reportagem de Maayan Lubell)